Especial Futebol Feminino: A triste sina em Pernambuco


Situação da modalidade só não é tão cruel quanto a morte da ex-jogadora Jô e ainda existe no mapa esportivo por causa da dedicação de poucos abnegados




Na disputa do Campeonato Pernambucano de futebol feminino de 1999, a atacante Josenir Martins da Silva ganhou fama nacional ao fazer um gol de bumbum na decisão do Estadual. Jô vestia a camisa do Sport e a decisão foi contra o rival Santa Cruz. Depois deste episódio pitoresco, ela prosseguiu com a carreira longe dos holofotes até ser praticamente obrigada a pendurar as chuteiras por falta apoio. 

No último dia 27, a relação de Jô com a bola - ela ainda batia umas peladinhas no Alto do Buriti, no bairro da Macaxeira - foi encerrada. E de forma brutal. A ex-jogadora do Leão, de 28 anos, voltou a ser notícia por ter sido assassinada na frente de casa.

A originalidade na hora de balançar a rede garantiu o título estadual para o Sport e trouxe sucesso imediato para Jô. O feito só não foi capaz de alavancar sua carreira. Logo, precisou trabalhar para se manter (era proprietária de uma pequena loja de jogos eletrônicos no bairro onde morava). Afinal, a modalidade que escolhera não era rentável. Ou melhor, até hoje não é. 

Em Pernambuco, por exemplo, o futebol feminino agoniza e sobrevive com recursos escassos. Só não foi riscado do mapa porque alguns abnegados se mostram solidários ao esforço das meninas e contribuem com o que podem. Vender rifas e pedir contribuição em dias de jogos dos masculino é rotina para elas.

E o panorama foi muito pior. Contemporrâneas de Jô na equipe rubro-negra, as ex-atletas Nira, 46 anos, e Mana, 50, relembram que a realidade era bem mais complicada na década de 90. "A gente tinha apenas um padrão, que tinha de durar até três anos. De preto ele virava cinza de tanto que a gente usava e lavava. Na época, não podíamos nem usar o nome do Sport. Nosso time era o Coração de Leão. Hoje é normal meninas de 13, 14 anos jogarem futebol, no nosso tempo não. O preconceito era enorme", diz Nira.

Mana e Nira são daquelas que persistem em nome do esporte. Não conseguiram se disvencilhar. Nira é diretora do futebol feminino do Sport e responsávelpelo setor de tênis. Mana conseguiu se formar em educação física e assumiu a preparação física das equipes feminina de futebol de campo e futsal do clube rubro-negro. "Se não eu for atrás das coisas, tenho certeza que o departamento de futebol feminino fecha as portas. Estou nessa até hoje porque ainda me emociono e gosto do que faço", acrescenta Nira.

Muitas das atletas que jogaram ao lado de Nira, Jô e Mana abandonaram, parcialmente, o barco. Estão longe da rotina do clube, mas tiram seu sustento através do futebol. É o caso de Brandinha, proprietária de uma escolinha em São Lourenço da Mata e coordenadora do Projeto Segundo Tempo, que funciona no campo do 6º Batalhão da Polícia Militar, localizado no município de Prazeres. "Na minha monografia de conclusão do mestrado, trato exatamente da realidade do futebol feminino no estado", comentou Brandinha.

A geração pós-Jô não foi muito longe. Quem decidiu permanecer jogando está vestindo a camisa do Sport ou do Vitória, time recém-formado que tem em seu elenco atletas que pertenciam ao Clube Náutico Capibaribe. A exceção é a goleira Bárbara Micheline do Monte Barbosa, de 22 anos. Além de estar atuando no time Sunnana SK, da Suécia, a arqueira vestiu a camisa 1 da Seleção Brasileira. Conquistou a medalha de ouro nos Jogos Pan-americanos do Rio, em 2007, e a segunda colocação na Copa do Mundo. No ano seguinte, garantiu a prata na Olimpíada de Pequim.



Ana Paula Santos - Diario de Pernambuco
Diego Trajano - Diario de Pernambuco

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